quinta-feira, 2 de setembro de 2010

- Despedidas e desabafos

Passado 1 mês de intensa viagem, numa jornada sonhada por muitos, chegamos ao nosso último dia de errante europeu. Conhecemos lugares sonhados, vivemos novas experiências e tivemos alguns dos muitos prazeres da vida. Porto foi apenas o lugar para deixar saudades e ficarmos com a sensação de que o mundo é muito maior e aberto para navegarmos.
Se me perguntarem qual a melhor cidade? Lhes direi na ponta da lingua, que foram experiências diversas e que todas tiveram um sabor especial. Hoje falei para Maria que tinha me decepcionado com algumas, talvez me expressando de forma errada. E foi! Muita pretensão alguém se decepcionar com Paris e suas belas ruas, com seus prédios monumentais. E a Basílica de Sacrecre? Que simplesmente me fez chorar!! Quanto a Milão?! É justificável! Estavamos no mês de agosto.
Se existe alguém que conheça algo tão bom quanto viajar, por favor se aproximem de nós. Queremos sentir juntos essa mesma delícia. Tem uma música de Marisa Monte que diz: "Portas e janelas ficam sempre abertas pra sorte entrar". Esse é nosso espírito e assim levamos nossa vida. E foi apenas potencializado com essa viagem.
Foram dois meses de intensa convivência. Antes dessa realização, falei com Maria: "Dessa vez nosso relacionamento acaba ou se fortalece". Não por ela. Mas se ela iria me suportar. Sei que sou chato, falo de tudo e reclamo o tempo todo. Mas simplesmente a vontade de estar com ela, de darmos risadas juntos(é um intensivo de besterias)e de sentir que estou sempre bem ao seu lado, me faz superar tudo. Ao seu lado, tenho um sentimento de estar sempre progredindo. Esse sentimento quero ter pelo resto de minha vida.
Sentimos saudades de muitos. Particularmente sinto muita saudade de minhas sobrinhas: Adélia, Malu e Melina. Em meu trabalho de monografia fiz um agradecimento especial a elas. E venho a repetir nessa postagem: "Às minhas sobrinhas: Adélia, Maria e Melina. Por me encantarem com seus choros e gargalhadas, a presença de vocês em minha vida é encantador, enche meu peito de amor e carinho. Elas têm uma capacidade de me transformar e me deixar aberto a todos os bons sentimentos."
Temos muito a agradecer aos nossos pais. Que nos apoiam de forma incondicional nas nossas escolhas.
Nessa viagem tivemos muitas conversas interessantes e enriquecedoras. A Europa nos faz ver um mundo sonhado por muitos brasileiros. Entre muitas diferenças que notamos, estão a segurança e transporte. Isso potencializa o turismo e facilita a convivência entre as pessoas. Quanto a transporte sei que passa apenas pela vontade de trabalhar dos nossos governantes. Vivemos numa cidade de muitas dificuldades de locomoção e que não aperesenta soluções viárias convincentes. Estou de fato muito sentido com esse nosso retorno. Como qualidade de vida, tinhamos que ter o direito de saber a que horas precisamos sair para chegarmos pontualmente no local. Gostaria de não ficar dependente de carro!! Mesmo por que, em tempo de preservação, o metro é menos poluente. É desgastante atravessar uma cidade pegando um trânsito infernal depois de um dia intenso de trabalho. IR TRABALHAR DE CARRO, NÃO É QUALIDADE DE VIDA!!!
Quanto à segurança, sabemos que é algo muito mais complexo do que preparar nossa polícia. Segurança, inicialmente passa pela educação, pelo desenvolvimento de uma nação e outros temas muitos complexos que não saberia escrever.
Em tempos de eleição no Brasil, é com muito pesar que sabemos que estamos cada vez mais distante dessas realizações. Não tenho a intenção de escrever nesse blog temas políticos. Mas entra político e sai político, seja do PT, PSDB, PDT, PV e todos os outros repartidos e não vemos as mudanças necessárias. São apenas interesses próprios e guerras entre síndicos de condomínio(que nunca vai para lugar nenhum).
Não somos especialistas em muitos dos temas que navegamos em nossas conversas. Mas nos questionamos: O que faria um inglês se tivesse um Dique do Tororó à sua disposição?(não questiono a beleza do dique, mas não tenho segurança para poder frequentar) E o espanhois se tivessem todo aquele Porto de Salvador inutilizado? E os irlandeses se tivessem um Parque da Cidade ou um Parque São Bartolomeu(simplesmente nunca fui nesse último parque, pois sempre soube que é muito violento)? E a Lagoa do Abaeté? Por que fizemos uma praça sem nenhuma utilidade no antigo Clube Português? Hoje fomos à Cidade da Música, um espaço de música aqui em Porto que foi projetado pelo arquiteto holandês Rem Koolhas. Fizemos uma visita guiada, nesse meio tempo até que iniciasse fiquei lendo um livro que compramos. No livro, o escritor fez um neologismo com a palavra arquiturismo, que seria uma promoção do turismo através de grandes projetos arquitetônicos. Por que não fizemos daquele espaço um concurso de arquitetura, que atraisse os profissionais de todo o mundo. Salvador precisa aparecer no mapa internacional. Valência é uma cidade bonita, que parece ter uma boa qualidade de vida. Mas se não tivesse a arquitetura de Calatrava, talvez não seria tão visitada(sei que não posso afirmar, é apenas uma suposição).
Em nosso último dia em Porto foi simplesmente espetacular. Fechamos nossa viagem com chave de ouro e bebendo um bom vinho do Vale do Douro à beira do Rio Douro. Infelizmente não foi um vinho do Porto. Apesar de todos os méritos serem da cidade, ela não produz e nem participa de nenhum processo da manufatura do vinho.
Estamos de malas prontas para retornar ao nosso país que nos abriu as portas para o mundo.
Estamos muito bem,
Álam Piter e Maria Gabriela

Um comentário:

  1. Quero ver vocês sorrindo quando chegarem! Ver o mundo - lá fora! - serve também pra fazer melhor - aqui dentro!. Com os recursos que temos, com a criatividade que temos.. e sorrindo! bjs,

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